Resenha: Persépolis

em 14 de maio de 2020

| Pérsepolis - Marjane Satrapi | Tradução: Paulo Werneck | 352 páginas | Companhia das Letras | 5★ | Onde comprar: Físico

Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Quando comecei a ler esse livro, achei que seria uma hq bem de boa, rápida de ler. Ledo engano! O conteúdo biográfico presente aqui é bem denso, e difícil de aceitar que as pessoas passam por isso até hoje.
Marjane Satrapi conta em detalhes sua infância e adolescência sendo, primeiramente, uma mulher num Oriente Médio pós revolução, tendendo para a grande guerra que perdura até hoje no Irã, e depois como estrangeira na França. Sua vida foi extremamente árdua, apesar dos pais sempre tentarem amenizar o máximo que conseguissem, e em muitos momentos, me peguei revoltada com o sistema, o patriarcado, a vida dessas pessoas que, literalmente, precisam abandonar quem são para sobreviver.

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Persépolis fala muito também sobre descobertas, novas experiências e como nossa cultura influencia quem somos. Marjane foi uma adolescente que nunca deixou de lutar, ainda que existisse em sua vida a depressão, a fome, pobreza e desilusões acerca de quem queria se tornar. Vemos claramente sua evolução, e acho incrível o poder das HQ's; consegui me aproximar muito mais de sua história vendo suas angústias em simples desenhos do que se só tivesse sido narrado em texto corrido.
Portanto, recomendo a todos que querem conhecer mais o Irã, e querem se aproximar mais da autora. Minha única ressalva para não ter favoritado foi o final; sei que não dá pra colocar algo impactante ou mirabolante por ser biografia, mas acho que poderia ter sido melhor trabalhado. No mais, livro excelente!

Persepolis ❤️️ | Frases, Textos

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